Resumo Procedimentos de cirurgia oral em pacientes com distúrbios hemorrágicos representam um desafio clínico significativo. O conhecimento detalhado sobre as condições sistêmicas do paciente, os exames laboratoriais adequados e as estratégias hemostáticas individualizadas são essenciais para garantir segurança e sucesso terapêutico. Este artigo aborda as principais condutas nas fases pré, trans e pós-operatória em pacientes com coagulopatias congênitas (como hemofilia e doença de von Willebrand) e adquiridas (como uso de anticoagulantes orais), visando fornecer um guia prático baseado em evidências.
1. Introdução
Distúrbios hemorrágicos, tanto congênitos quanto adquiridos, aumentam substancialmente o risco de complicações em procedimentos odontológicos invasivos. O cirurgião-dentista, especialmente aquele que atua em cirurgia oral, precisa estar capacitado para manejar essas condições, que exigem planejamento individualizado e abordagem interdisciplinar.
Estima-se que aproximadamente 1 em cada 10.000 indivíduos possua hemofilia A ou B, e que o uso de anticoagulantes orais vem crescendo com o envelhecimento populacional e a prevalência de doenças cardiovasculares (Franchini & Mannucci, 2012).
2. Classificação dos Distúrbios Hemorrágicos
2.1 Coagulopatias Congênitas
2.2 Coagulopatias Adquiridas
3.1 Avaliação Clínica e Sistêmica
A anamnese detalhada deve incluir:
3.2 Exames Laboratoriais Indicados
Um INR entre 1,0 e 3,5 costuma ser considerado seguro para procedimentos odontológicos de menor porte, segundo a American Dental Association (ADA, 2019).
3.3 Planejamento Terapêutico com o Médico Assistente
Nos casos de hemofilia moderada a grave, é fundamental a reposição do fator deficiente antes do procedimento, preferencialmente em ambiente hospitalar (Soucie et al., 2013).
Pacientes em uso de anticoagulantes devem ter sua condição avaliada em conjunto com o médico cardiologista ou hematologista. Em muitos casos, não é necessário suspender a medicação, mas sim ajustar o plano cirúrgico e reforçar a hemostasia local (Bajkin et al., 2015).
4.1 Técnica Cirúrgica Atraumática
4.2 Estratégias de Hemostasia Local
4.3 Sedação e Controle da Pressão Arterial
Reduzir a ansiedade e controlar a pressão arterial são medidas essenciais para evitar elevações que possam favorecer sangramentos.
5.1 Medicação Pós-Cirúrgica
5.2 Controle Hemostático Prolongado
5.3 Acompanhamento e Reavaliação
O paciente deve ser reavaliado em 24 a 48 horas, com orientações claras para retorno
imediato caso haja sangramento recorrente, edema intenso ou dor desproporcional.
6. Considerações Éticas e Legais
A documentação detalhada de todo o plano terapêutico, consentimento informado e contato com o médico assistente são fundamentais para a segurança jurídica do cirurgião-dentista. É altamente recomendável trabalhar em ambiente com suporte de emergência e, sempre que possível, em parceria com hospitais ou centros de referência em hematologia.
A realização de procedimentos de cirurgia oral em pacientes com distúrbios hemorrágicos exige preparo clínico, conhecimento atualizado e uma abordagem multiprofissional. O uso de protocolos bem definidos, baseados em evidências científicas, aumenta significativamente a segurança e o sucesso terapêutico, promovendo um cuidado mais humanizado e eficaz.
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